segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Dicas do Windows 7: rode o Windows XP em máquinas sem suporte para visualização

Que o Windows 7 é bonitão todo mundo sabe. Entretanto, uma das opções que mais agradou os usuários em relação ao novo sistema operacional da Microsoft foi a possibilidade de rodar automaticamente o modo XP. Isso facilita a vida de quem possui uma das versões Profissional e Ultimate do Windows 7 e ainda assim precisa acessar o conteúdo do XP em certas horas.

Atenção: esta dica não funciona para as versões Home do Windows 7, pois elas não rodam a opção XP Mode em seu sistema.

Para começo de conversa

A primeira coisa que você precisa fazer para rodar o sistema operacional “queridinho” no computador é baixar o XP Mode. Clique neste link para entrar no site da Microsoft e escolha uma das opções de sistema operacional, o que permite o download do XP Mode no quarto passo. Não se esqueça de escolher o português para baixar a versão traduzida do SO.

Não  se esqueça de  inserir o português e a versão do seu SO

Não é preciso que você instale o Windows Virtual PC, uma vez que vamos usar o VMware para rodar a máquina virtual. Depois do download, siga os passos usuais para instalar o XP Mode. Caso você queira, a Microsoft disponibiliza na mesma página uma ferramenta para testar a compatibilidade do seu computador com a virtualização.

Instale o XP Mode

Seguindo em frente com o VMware

A seguir, você deve baixar o VMware Player no computador. Porém para baixar será necessário criar um cadastro rápido no site do desenvolvedor e instalar o programa. Siga os passos dados pelo software e reinicie o computador ao final do processo.

Instale o VMware

Depois de reinicializar o computador, abra novamente o VMware. Antes da instalação do XP, um aviso aparece com o aviso de que o usuário precisa baixar as ferramentas do VMware. Elas são importantes para instalar drivers e outras opções para rodar o XP Mode e o Windows 7 em sincronia. Baixe as “Tools” e continue o processo.

Instale as ferramentas do VMware

Uma vez instalado, agora é hora de você adicionar o XP Mode no VMware Player. Abra o programa e escolha as opções “File.Import Windows XP ModeVM”. A grande maravilha do VMware é que ele vai simplesmente importar o XP Mode para convertê-lo automaticamente no formato suportado pelo programa.

Esta tarefa pode ser um pouco demorada, principalmente se você não possui um hardware tão potente. Quando a reconfiguração for concluída, você será capaz de ver uma nova máquina virtual no programa. Clique em “Play Virtual Machine” para rodar o XP Mode.

Rode o XP Mode

E na versão Home?

É exatamente neste passo que as versões do Windows 7 Home travam pelo caminho. O VMWare não reconhece XP Mode e, portanto, não mostra a opção “File Import” em seu sistema.

Organizando o XP

Uma vez iniciada a instalação de fato, aceite os termos de licença do Windows XP Profissional, escolha sua região e as opções de teclado, insira nome e senha para máquina virtual e ajuste hora, local e data, assim como na instalação do XP em uma máquina regular.

Siga normalmente a instalação

O programa será finalizado e então reiniciado. Ao voltar à ativa, você pode escolher as configurações para updates. Uma das opções que podem surgir durante este passo é a procura por drivers no site do Windows. Apenas cancele esta opção, uma vez que o VMware possui as ferramentas necessárias para qualquer tipo de tarefa do gênero.

Agora sim! Você pode conferir o XP em seu desktop, pronto para ser usado no VMware Player. Entretanto, você precisa ainda instalar as ferramentas do VMware no computador. Clique em “Iniciar>Meu Computador” e de dois cliques no drive onde diz “VMware Tools”. Siga as instruções de instalação e reinicie o XP Mode quando terminar.

Instale as ferramentas do VMware

Integração com Windows 7

Uma das ótimas vantagens de se ter o Windows XP em uma máquina virtual como VMware é que os programas estarão em perfeita sincronia. Você pode copiar arquivos entre os dois sistemas operacionais, rodar programas que não seriam compatíveis e até mesmo abrir e salvar arquivos na mesma pasta.

Windows 7 e XP juntos com a máquina virtual

A integração entre um e outro pode acaba se tornando algo corriqueiro, uma vez que o próprio VMware possui inúmeras opções para a interação entre os dois sistemas operacionais, como a criação de um menu iniciar do XP diretamente no Windows 7, opção de leitura de dispositivos móveis diretamente no próprio XP, compartilhamento de pastas e muito mais.

Dicas para quem possui a versão Home

Porém, se você é usuário da versão Home do Windows 7 e não pode instalar o XP mode em seu computador, não fique chateado, pois nem tudo está perdido. O VMware Player, por exemplo, ainda pode ser útil para você rodar uma máquina virtual.

Crie uma nova máquina virtual a partir do CD de instalação

Com o VMware você pode criar uma máquina virtual diretamente à partir do seu CD de instalação do Windows XP, que ainda está guardado com você com todo o carinho. Outros programas também criam máquinas virtuais úteis para que você rode os dois sistemas operacionais ao mesmo tempo, com o VirtualBox ou o Microsoft Virtual PC.

Caso a sua máquina seja um pouco mais “robusta” em termos de memória e HD, a alternativa é instalar os dois sistemas operacionais no computador, para que você use cada um deles quando precisar.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Para que servem os diversos processos svchost.exe?

Entenda porque são abertos vários executáveis repetidos para o mesmo processo e qual sua função.

Usuários indignados com a lentidão que suas máquinas apresentam depois de certo tempo de uso acabam recorrendo a diversas alternativas para tentar ganhar algum desempenho. Uma delas é usar a combinação de teclas “CTRL + SHIFT + ESC” para abrir o Gerenciador de Tarefas e fechar os processos que o usuário considera desnecessários.

O problema em se fazer isso é que nem sempre sabemos a que exatamente os processos abertos se referem, ou qual a sua importância para o bom andamento das tarefas do Windows. Esse fato é ainda mais grave quando falamos de um processo específico, que intriga muitos usuários: o “svchost.exe”.

As famosas DLLs

Todos os sistemas operacionais da Microsoft utilizam as “Dynamic-link Libraries” ou “DLLs” para os serviços importantes, que são responsáveis pelas tarefas internas do sistema. Praticamente todos os programas utilizados no Windows acessam pelo menos um dos arquivos DLL presentes nas pastas de sistema.

O problema é que arquivos DLL não são executáveis, e é aí que entra o papel do processo “svchost.exe”. Se você entende inglês, pode perceber que o nome do arquivo lembra a expressão “service host” ou “hospedeiro de serviços”. A função desse executável é justamente essa: ser a interface entre DLLs dos serviços do Windows e os demais componentes do sistema e executá-los quando necessário.

Um detalhe a ser exposto é que é simplesmente inviável abrir um processo para cada DLL carregada pelo sistema. Por isso, cada um dos processos “svchost” abertos cuida de um grupo determinado de DLLs. Por exemplo: um dos processos gerencia os serviços de rede, outro mantém funcionando a segurança, e assim por diante.

Posso finalizar um dos “svchost.exe”?

Depende. Muitos serviços do Windows são essenciais para o seu funcionamento, ou mesmo para manter a segurança do sistema intacta. Dentro de um dos processos “svchost”, por exemplo, são controladas as funções do Firewall nativo e, se fechado, poderá deixar seu computador vulnerável a ataques provenientes da web.

Gerenciador de Tarefas

Entretanto, como todo usuário de Windows sabe, muitos serviços executados são simplesmente inúteis para alguns perfis de usuário. Sendo assim, convém desligá-los completamente para ganhar performance, desde que o usuário tenha a certeza de que o serviço realmente está só ocupando espaço na memória e tempo de execução do processador.

ATUALIZAÇÃO: conforme apontado por diversos usuários no sistema de comentários, a caixa de seleção "Mostrar processos de todos os usuários" deve estar marcada para que os processos "svchost.exe" apareçam na lista. O Portal Baixaki agradece a comunidade por terem atentado para esse detalhe.

Vírus e malwares

Alguns programas maliciosos são capazes de se disfarçarem como parte integrante do sistema, nomeando seus processos como “svchost.exe” e confundindo o usuário. Um bom antivírus, com as últimas definições, costuma detectar esse tipo de ameaça sem problemas, mas o usuário também pode tentar descobrir se um processo aberto é legítimo ou suspeito.

Descobrindo o que cada processo faz

Se você abrir o Gerenciador de Tarefas do Windows (CTRL + SHIFT + ESC) e explorar a aba “Processos”, verá que existem diversos “svchost” abertos, com uma descrição genérica. O procedimento para descobrir o que cada um faz é simples:

1. Clique com o botão direito do mouse sobre um dos “svchost” abertos e, no menu de contexto, clique em “Ir para serviço(s)”.

2. Depois de alguns segundos, o Gerenciador de Tarefas mudará para a aba “Serviços”, mostrando todos os que estão em execução e selecionando aqueles gerenciados pelo “svchost” consultado.

3. Se você julgar que algum dos serviços mostrados não precisa ser mantido em execução, selecione-o, clique com o botão direito do mouse, e escolha a opção “Interromper Serviço”.

ATENÇÃO: novamente ressaltamos que não é recomendável interromper serviços que você não conhece, pois eles podem ser vitais para o funcionamento de outros programas, ou mesmo do sistema em si, que pode ficar imprestável ou parar completamente.

O procedimento acima não funciona no Windows XP, mas você pode fazer o download de programas como o Process Explorer (disponível para baixar no Portal Baixaki), que fornecem a habilidade de verificar em detalhes os processos em execução no PC e interrompê-los se necessário.

O Process Explorer e demais programas da categoria também podem ser usados em versões mais atuais do Windows, como o Vista e o 7, mas tais versões possuem facilidades embutidas que dispensam o uso de programas adicionais, a menos que você prefira ferramentas mais específicas do que as nativas do sistema.

Em resumo, o “svchost” é terreno pantanoso do Windows, que não deve ser mexido, a menos que você saiba exatamente o que está fazendo.


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Entendendo a fabricação dos processadores

Hoje em dia, os processadores e circuitos integrados são usados em praticamente tudo, de PCs a lâmpadas fluorescentes. A família inclui desde chips extremamente complexos, como um Penryn ou um GT200, até circuitos integrados extremamente rudimentares, que são produzidos aos bilhões e usados em dispositivos simples.

O componente básico para qualquer chip é o wafer de silício que é obtido através da fusão do silício junto com os materiais que permitirão sua dopagem posteriormente. O silício é um dos materiais mais abundantes da natureza (mesmo areia de construção possui 25% de silício), o grande problema é que os wafers de silício precisam ser compostos de silício 99,9999% puro, o que demanda um caro e complicado processo de purificação. Qualquer impureza que passe despercebida nessa fase acabará resultando em um chip defeituoso mais adiante.

Inicialmente são produzidos cilindros (ingots), com de 20 a 30 centímetros de diâmetro, que são posteriormente cortados em fatias bastante finas:

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Essas "fatias" são polidas e tratadas, obtendo os wafers de silício. A qualidade do wafer determinará o tipo de chip que poderá ser construído com base nele.

Wafers de baixa qualidade, usados para construir circuitos rudimentares, com poucos milhares de transístores, podem ser comprados a preços bastante baixos, a partir de milhares de fornecedores diferentes. Entretanto, para produzir um processador moderno, é preciso utilizar wafers de altíssima qualidade, que são extremamente caros.

Toda a tecnologia necessária para produzir os wafers faz com que eles estejam entre os produtos mais caros produzidos pelo homem. Cada wafer de 30 centímetros custa mais de 20 mil dólares para um fabricante como a Intel, mesmo quando comprados em grande quantidade. Um invólucro de 25 unidades como esse custa uma pequena fortuna:

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Cada wafer é usado para produzir vários processadores, que no final da produção são separados e encapsulados individualmente. Não seria possível mostrar todos os processos usados na fabricação de um processador, mas para lhe dar uma boa ideia de como eles são produzidos, vou mostrar passo a passo a construção de um único transístor. Imagine que um Core 2 Duo possui 291 milhões de transístores e cada wafer permite produzir algumas centenas de processadores.

Tudo começa com o wafer de silício em seu estado original. A primeira etapa do processo é oxidar a parte superior do wafer, transformando-a em dióxido de silício. Isso é feito através da exposição do wafer a gases corrosivos e a altas temperaturas. A fina camada de dióxido de silício que se forma é que será usada como base para a construção dos transistores, que ocupam apenas a superfície do wafer:

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Em seguida é aplicada uma camada bastante fina de um material fotossensível sobre a camada de dióxido de silício, cobrindo toda a superfície do wafer. Ele passa então por um banho de luz ultra-violeta, que é aplicada sobre uma máscara de litografia, que "imprime" um padrão sobre a superfície, o que permite criar o desenho dos componentes:

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A camada fotossensível é originalmente sólida, mas ao ser atingida pela luz ultravioleta transforma-se numa substância gelatinosa, que pode ser facilmente removida. Depois de remover as partes moles da camada fotossensível (através de um banho químico), temos algumas áreas do dióxido de silício expostas, e outras que continuam cobertas pelo que restou da camada.

O wafer passa por um novo banho químico (baseado em compostos diferentes), que remove as partes do dióxido de silício que não estão protegidas pela camada fotossensível. Apesar disso, o restante continua intacto:

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Finalmente, é removida a parte que restou da camada fotossensível. Note que, como temos substâncias diferentes, é possível remover uma camada de cada vez, ora o dióxido de silício, ora a própria camada fotossensível.

Com isto é possível "desenhar" as estruturas necessárias para formar os transístores:

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Concluídas as etapas básicas de construção dos transístores, uma finíssima camada de metal é aplicada sobre a estrutura anterior, usando um processo avançado de eletrolise. Nos processadores atuais, que são produzidos através de uma técnica de produção de 0.045 micron, essa camada metálica tem o equivalente a apenas dois átomos de espessura.

O processo de aplicação da camada fotossensível, de litografia e de remoção das camadas, é aplicado mais uma vez, com o objetivo de remover as partes indesejadas da camada de metal:

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Este processo é repetido mais algumas vezes, criando uma estrutura tridimensional de filamentos metálicos, que interligam os transístores e permitem a comunicação entre os diversos componentes internos do processador:

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O número de camadas varia de acordo com o projeto do processador. A Intel usava um processo de 8 camadas no Core 2 Duo, enquanto a AMD usava um processo de 11 camadas no Phenom, por exemplo. Mais camadas permitem melhorar a comunicação entre diferentes componentes do processador (o que pode ser usado para criar um projeto mais eficiente), mas por outro lado encarecem a produção e aumentam o índice de defeitos.

Como você viu, embora absurdamente mais avançado, o processo de fabricação dos processadores é muito similar ao processo de revelação de fotos, onde a imagem do negativo é impressa no papel fotográfico usando luz. O "negativo" neste caso são as retículas (as máscaras de litografia).

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No começo (início da década de 70), os filmes usados para produzir as máscaras de litografia eram, literalmente, feitos a mão, usando rubylith, um filme plástico de duas camadas, que é ainda usado por artistas gráficos. O engenheiro cortava a camada superior usando um estilete, criando um desenho das trilhas e outros componentes que seriam posteriormente "impressos" no wafer de silício formando o chip. Eram usadas várias máscaras diferentes, que deveriam combinar-se com precisão absoluta.

As máscaras feitas no rubylith eram depois transferidas para um filme, através de um processo de redução, gerando as retículas usadas na produção. Devido à enorme precisão envolvida, são utilizados espectros de luz não-visível, utilizando comprimentos de onda incrivelmente curtos, geradas a partir de laser ou pulsos de de descarga.

A técnica usada é chamada de litografia óptica. Existem atualmente diversas variações da tecnologia, como a EUVL (Extreme Ultra Violet Lithography), usada nos processadores atuais. Quanto mais avançada a técnica usada, menores são os transístores, permitindo o desenvolvimento de processadores mais complexos e rápidos.

Atualmente, o processo de produção das máscaras é completamente automatizado. O próprio desenvolvimento dos processadores mudou. Ao invés de projetar os circuitos manualmente, os engenheiros utilizam um HDL (hardware description language), como o VHDL ou o Verilog (os mais usadas atualmente), que são uma espécie de linguagem de programação para o desenvolvimento de processadores, onde o engenheiro "programa" as instruções que devem ser executadas e outras características do processador, e o HDL gera o projeto do chip.

Naturalmente, ainda é possível desenvolver processadores (ou otimizar componentes internos específicos) usando o processo manual (assim como é possível programar em assembly), mas o processo se torna muito mais lento e trabalhoso. É comum que os processadores passem por diversas revisões durante sua via útil, onde a equipe de desenvolvimento começa com um design produzido através de um HDL e depois trata de otimizá-lo sucessivamente, obtendo assim ganhos de performance e outras melhorias.

No final do processo, temos um grande arquivo, que é enviado para a fábrica, onde são produzidas as retículas e feitas as demais fases do processo. Uma vez terminado o projeto, os engenheiros precisam esperar várias semanas até que os primeiros chips funcionais sejam produzidos. Qualquer erro que chegue até a fase de produção geraria um prejuízo de vários milhões, por isso o projeto passa por inúmeras revisões.

As máquinas de produção (chamadas steppers) repetem a "impressão" várias vezes, até cobrir toda a área do wafer de silício. Em seguida o wafer é movido para a máquina com a máscara seguinte e assim continua, até que o processo esteja completo. Todo o processo é feito numa sala limpa, por engenheiros usando os trajes de astronauta que aparecem nos comerciais da Intel. Todo cuidado é pouco, já que cada wafer contém centenas de processadores, que juntos valem algumas dezenas de milhares de dólares. Temos aqui uma foto ilustrativa, cortesia da Intel:

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Depois de pronto, o wafer é cortado, dando origem aos processadores individuais. Desses, muitos acabam sendo descartados, pois qualquer imperfeição na superfície do wafer, partícula de poeira, ou anomalia durante o processo de litografia acaba resultando numa área defeituosa. Como não é possível produzir um wafer de silício quadrado, temos também os processadores "incompletos", que ocupam as bordas do wafer e que também são descartados no final do processo.

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Você poderia perguntar o porquê de não utilizarem retículas maiores para imprimir todo o wafer de uma única vez, ao invés de ter que repetir o processo para cada processador individual. O problema aqui reside no foco, que é perfeito no centro e sensivelmente pior nas bordas.

Já é difícil desenvolver máquinas que consigam manter o foco na área do chip, o que dizer então de mantê-lo em toda o wafer, que é uma superfície muito maior. É por isso também que os processadores são sempre mais ou menos quadrados, já que o formato permite obter o melhor foco.

Cada processador é testado individualmente, através de um processo automático. O wafer é finalmente cortado e os processadores "bons" são finalmente encapsulados, ou seja, instalados dentro da estrutura que os protege e facilita o manuseio e a instalação:

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Mesmo quando produzidos na mesma fábrica e sobre o mesmo wafer, não existem dois processadores iguais. Pequenas diferenças no foco, pequenos desvios no posicionamento das máscaras ao "imprimir" cada camada e assim por diante, fazem com que alguns processadores sejam capazes de operar a frequências mais elevadas, ou apresentem diferenças no consumo elétrico.

Em geral, mesmo grandes fabricantes como a Intel e AMD mantêm uma única linha de produção para cada processador. Os processadores são testados individualmente e vendidos de acordo com a frequência de operação em que são capazes de trabalhar.

Um Core Duo 6600 (2.4 GHz) não é diferente de um Core Duo 6800 (2.96 GHz), por exemplo. Ambos compartilham a mesma arquitetura e passaram pela mesma linha de produção (pode ser que os dois tenham até mesmo compartilhado o mesmo wafer! :). A única diferença é que o 6800 teve a "sorte" de sair mais perfeito e, graças a isso, ser capaz de operar a frequências mais altas.

Da mesma maneira, processadores que são capazes de operar com tensões mais baixas são vendidos como processadores mobile, ou dentro das séries de baixo consumo e os processadores que possuem pequenos defeitos têm parte dos núcleos desativados e são vendidos como Semprons ou Celerons. Essa segmentação permite aproveitar melhor a produção de cada wafer, reduzindo o número de núcleos descartados por problemas diversos.

Com o passar o tempo o índice de aproveitamento das fábricas tende a melhorar, fazendo com que mais e mais processadores sejam capazes de operar nas frequências mais altas, até que finalmente é introduzida uma nova técnica de produção, ou uma nova arquitetura, dando início a um novo ciclo.